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Quer Inovar? Comece Rompendo com Velhos Paradigmas

Quantas vezes você já leu/ouviu a frase título deste post? Com certeza não foram poucas vezes. Afinal, “romper velhos paradigmas” no intuito de inovar parece uma tarefa bastante simples. E de fato é. Mas, de tão simples, talvez até óbvia, acaba se perdendo do objetivo original, qual seja: inovar com algo realmente novo. Mas o tema é tão sério e importante que o professor Jeff DeGraff, da Universidade de Michigan, nos Estados unidos, decidiu investigá-lo a fundo em sua carreira. Jeff é autor do livro “Innovation You: Four Steps to Becoming New and Improved” e conhecido como “diretor inovação” pelas centenas de empresas que assessora no mundo, tal a sua influência na área.

Sua fama não é casual. O professor ataca o cerne da questão, ao inverter a premissa: “e se a chave para a inovação não for começar algo novo mas, ao invés disso, o verdadeiro segredo fosse romper com velhos paradigmas?” E lança uma provocação: “Pense em sua vida por um momento: aquele romance que pensa em escrever, aquela empresa que deseja empreender, aquele sítio que quer comprar. Você é uma pessoa extremamente produtiva: uma pessoa que pode fazer o trabalho de outras três ao mesmo tempo em que concorre para ser o pai do ano. Então se você é tão bom para fazer as coisas acontecerem, porque não pode abrir mão das coisas que não são importantes na sua vida e extrair somente a expressão criativa da essência do seu trabalho?” A resposta, diz ele, é óbvia: não temos a capacidade – o tempo, recurso ou energia – de fazer coisas novas enquanto nos ocupamos das antigas.

E porque é tão mais difícil parar de fazer as coisas com as quais estamos habituados do que se atirar ao novo? Porque o “demônio” que conhecemos é sempre mais fácil de lidar do que o que não conhecemos. Parar algo que não é mais útil ou substituí-lo por algo muito desejado ajuda a liberar as boas energias que existem dentro de nós. Mas a natureza, de fato, abomina o vácuo. Então, o que preenche os espaços vazios – os espaços em nossas vidas – pode ser algo comparável ao que nós eliminamos – alguma nova tarefa estúpida, mais uma reunião ou qualquer outra coisa trivial do dia a dia – ou algo de natureza muito diferente. O que é necessário é a transformação intencional dessa capacidade recém-liberada em algo realmente novo e melhor.

Considere dois casos muito diferentes sobre como uma empresa deixou de fazer as coisas da mesma maneira e passou a fazer as coisas de uma forma nova e inovadora:

Em 1985, a Microsoft dominou a plataforma de sistema operacional para computadores pessoais. Ela intencionalmente interrompeu o próprio processo iniciado com a introdução do Windows. E viu o desenvolvimento do Lisa, da Apple – a primeira versão fracassada do Macintosh – como o futuro inevitável e abraçou o sistema orientado a objetos visuais, eliminando rapidamente seu antecessor.

Em 1998, quando à beira da falência, Steve Jobs eliminou os velhos microcomputadores beges da Apple – uma de suas poucas divisões lucrativas restantes – porque ele entendeu que a empresa nunca iria avançar, enquanto estivesse preocupado em proteger seu flanco. A estrada de volta à prosperidade foi lenta e metódica – divertidos revestimentos coloridos em microcomputadores já conhecidos do público, campanhas publicitárias ousadas e, eventualmente, as sementes da tecnologia portátil que agora dominam o ecossistema digital.

Por outro lado, a Microsoft quebrou velhos paradigmas porque queria; já a Apple, porque precisava. De qualquer maneira, teve coragem de fazê-lo. Como é de costume em ciclos de inovação, seus papéis estão agora invertidos.

Na batalha de Salamina, o general grego Temístocles posicionou seus navios em chamas para repelir a marinha persa, gigantescamente maior que a dele. Muitas das forças invasoras abandonaram seus barcos e fugiram por terra. Temístocles tinha destruído sua própria frota para deter a incursão, mas tranquilizou seus soldados quando comentou “Vamos velejar para casa a bordo dos navios do nosso inimigo”. Dito de outra forma, vamos usar nossa capacidade, que agora carrega nossos temores, compulsões, e fraquezas, para alcançar nossas maiores vitórias.

Começar coisas novas, portanto, é fácil. Basta começar um novo aplicativo, fazer mais horas extras ou viver em uma ilusão orientada pela adrenalina de que somos pessoas superiores porque trabalhamos duro e mais focados do que qualquer outra pessoa que conhecemos. Agora, parar de fazer as coisas é que é difícil. É uma experiência repleta de sentimentos de perda – o desapego! – desapontamentos e falhas. É preciso mais do que criatividade. É preciso coragem para parar o que temos feito para dar espaço às coisas que desejamos começar a fazer a partir de agora. Muitas vezes é melhor parar com algo que temos feito do que simplesmente começar algo novo: procure aquilo que você possa liquidar da sua vida nesse momento, e então sentirá uma nova capacidade e disposição para pensar, criar e inovar.

Fonte: LinkedIn Articles

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