Protestos. Nós os vemos. Nós discutimos. Alguns de nós até participam deles.
O mundo parece ter caído em uma espécie de estado de discussão permanente, na medida em que a ascensão do indivíduo ou mesmo grupos abertos ocupa o centro do palco em nossa política moderna.
Os verdadeiro fenômeno, no entanto, não é o grande número de pessoas exercendo seu direito à liberdade de expressão.
O fenômeno é o efeito que a expressão liberta produz, tanto sobre os praticantes quanto sobre os espectadores.
Gostamos de pensar sobre nós mesmos como pessoas de mente aberta, não importa o quão torta ou cansada nossa percepção possa ser.
Embora existam, sem dúvida, alguns cuja ação é pura – outros tomam a ideia de “abrir a cabeça” como uma forma de discriminação por si só.
Eles dobram suas crenças negativas, independentemente de quais informações adicionais possam ser recebidas, e levam ao ostracismo aqueles que se opõem a eles. Isso ironicamente faz com que a oposição reaja da mesma maneira.
A causa uma vez firme e justa, pode agora assumir a forma de um preconceito de mente fechada.
Isso efetivamente deixa todas as pessoas envolvidas na defensiva, com raiva, e se esforçando para se provar o tempo todo. Isso é comumente referido como o efeito do retrocesso.
Não nascemos para ter mente aberta
O Doutor Saul Levine, da Psychology Today, acredita que esse viés desenvolvido por nós pode se originar do nosso desejo interno de informações estritamente positivas e agradáveis.
Levine afirma que – “…esta Negação é semelhante à “Verdade”, de Stephen Colbert, na medida em que os que negam se recusam de maneira inflexível a aceitar fatos científicos verificados porque eles ficam no caminho de suas próprias ideias rígidas”.
Cada indivíduo quer acreditar ou manter algo que seja verdade para si, até como referência para o mundo. Naquele momento ainda havia uma resposta sensata e racional à informação adicionada e, portanto, uma capacidade de alterar uma opinião.
É quando nós forjamos uma conexão emocional com uma ideia ou crença, que a lógica não é mais um fator a se considerar no todo.
O objetivo é estar certo, apesar das informações que possam ser aprendidas e desmentidas.
Quando isso acontece, o indivíduo em questão não está mais lutando por uma causa justa, mas sim pelo seu ego, estabilidade e compreensão pessoal da verdade.
Isso, por sua vez, faz com que ele se afaste de qualquer coisa que possa estar em contrário, criando um ciclo interminável de frustração desviada e uma estagnação geral no crescimento mental e emocional.
O resultado é o velho conhecido pensamento de mente fechada.
Mas isso não significa que não possamos nos tornar pessoas com mente aberta
Quando permitimos que isso aconteça a nós mesmos, não só prejudica o nosso crescimento pessoal, mas também dificulta a educação e a vontade dos outros de verem um ponto de vista oposto (e melhor) de nós mesmos.
Uma vez que as emoções são trazidas para uma disputa racional, a disputa tende a se deslocar de um campo da razão para um ego e motivação autopropulsada.
Se pudermos parar antes de chegarmos a este ponto – podemos ter a chance de não só ver nossas vozes sendo ouvidas, mas ouvir os outros também, e possivelmente ganhar algumas ideias sobre por que existe tal barreira hostil em primeiro lugar.
Não há solução para um argumento quando você se recusa a aceitar a totalidade dele. Devemos – no mínimo – tentar entender e reconciliar nossas ideias com as do lado oposto.
No mínimo, um pouco de simpatia pode abrir a porta para uma conversa que realmente pode levar a uma solução.
Esteja disposto a sair de si mesmo, e você receberá o dom da compreensão
Assim, antes de se preparar para reclamar ou usar a conta do Twitter para queixar-se, ou ainda (muito comum no Facebook, convenhamos) passar horas desfiando lamúrias com outras pessoas que concordam com você:
– Você não pode resolver um problema, sem entendê-lo por completo
– O ego pode atrapalhar nossa visão do que é certo ou justo
– Nem todo mundo é inimigo, pode estar apenas mal informado
– Com a simpatia, você ganha um ouvido. Com a reivindicação, você perde a voz
É ótimo estar certo, está tudo bem em estar errado, é melhor entender e ser entendido
Seja calmo e verdadeiro em seus esforços. Esteja aberto às opiniões dos outros.
Procure ficar um pouco fora do seu próprio caminho também, o mais conhecido pelo menos. Permita que a razão intervenha quando suas emoções começarem a gritar. Torne-se uma pessoa verdadeiramente de cabeça aberta.
Fonte: Lifehack.org